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sexta-feira, 25 de maio de 2012

SUCESSÃO "DEMOCRÁTICA"


Em regimes republicanos, alguns ditos democráticos, surge um tipo de sucessão que faz lembrar a monarquia, tão combatida pelos paladinos da alternância.
Veja-se o exemplo da Coreia do Norte (cujo partido, único e dominante, tem a designação de Partido dos Trabalhadores) e onde o líder máximo (Kim Jong Un) governa o País por herança de seu pai (Kim Jong il) que por sua vez já herdara o cargo do avô do primeiro, Kim Il Jong, então designado Presidente eterno.
A mesma prática é seguida em Cuba, onde a “ditadura- democrática” colocou o irmão Raúl, a suceder a Fidel, bem se prevendo que o poder se manterá na família Castro. Castros que, ao tempo, verberaram o terror no Haiti onde o “Papa-Doc” François Duvalier cedeu a cadeira ao filho Jean Claude, “o Baby-Doc”. Felizmente para os haitianos, esta dinastia pertence ao  passado.  
A velha Rússia de onde sempre saíram directrizes para o mundo comunista e apesar da perestroika e das eleições que se lhe seguiram, não está melhor. Vladimir Putin e Dimitry Medvedev vão na terceira troca de cargos entre si. Presidente/PM; PM/Presidente.
A Venezuela, conforme na foto se calcula que deve ter sido combinado com Putin, funciona no mesmo carril. Hugo Chávez, que  ameaçara várias vezes fazer valer a sua presidência vitalícia, está doente. E começa a lançar-se a ideia de que será substituído pelo irmão Alan, governador do Estado de Barinas, cargo que, por sua vez, já este herdara do seu pai. Os gestos são afins. Parecenças também as há. Mas há também quem não descarte a possibilidade de uma das filhas do ditador (Rosa Virgínia ou Maria Gabriela) se tornar sua sucessora.
República ou Monarquia? Democracia ou ditadura? Seriedade ou palhaçada?
No Portugal republicano  não há memória de tal tipo de sucessão dinástica. No pós 25/Abril, contudo, há uma tentativa. Mário Soares levou para a política o seu estimado filho, o truculento João. Ainda o fez deputado (pelo Algarve) e Presidente da C.M. de Lisboa. Contudo, as suas tentativas de liderar o PS não lograram êxito.
Aí, foi o partido inteligente. Caso contrário seria mais uma oligarquia no poder, na desculpa de se tratar apenas de uma “sucessão democrática”.
Mas ainda bem que não funcionou, porque, para desgraças, bastam as que já cá moram!


                                                    Prudêncio Matias

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