POEMA A
TAVIRA
Quando o Sol se põe para além da Asseca…
E a Serra se torna incandescente, como raios de fogo,
meu coração transborda de Paz e Amor,
por ti, minha Tavira.
A Ponte Romana revê-se nas águas do Gilão
e adormece embalada pelo grasnar de uma gaivota
dormitando no mastro de moribunda barca de atum,
abraçada à lama do leito do rio.
Um caranguejo, curioso, assoma na entrada da toca
e logo recolhe, como donzela envergonhada.
Pequenos cardumes de mujos vêm à tona da maré,
abrindo a boca, num coro surdo,
para logo mergulharem, assustados,
pelo voo rasante de uma garça.
Um velho pescador, curvado,
rebusca, nos baixios da maré, os apetitosos moluscos,
que por entre as pedras e a lama escolheram o seu lar.
Oh!... Grandeza de Deus.
Como Tu dás vida a toda esta beleza,
todo este sentido da vida, quando as marés retornam à baixa-mar.
E eu, debruçado nas rugadas grades do rio,
contemplo toda esta Oba do Criador.
Zé da
Ponte