terça-feira, 30 de setembro de 2014
domingo, 28 de setembro de 2014
Tavira e o seu Quartel
Tavira e o seu Quartel
Prudêncio
Matias
Durante muitos e
muitos anos, Tavira foi sede de regimentos militares, na perspectiva de que a
independência do País se garantia na defesa das suas fronteiras terrestres e
marítimas. E nos vários episódios que a História nos conta, foi isso que
aconteceu.
Agora, que estamos numa de pensar que serão os outros
(europeus, americanos ou, se calhar australianos) a defender a nossa
independência contra qualquer invasão, não parece bem assim.
Invasão, diga-se, a
propriamente dita. Porque quanto às outras invasões – da pouca vergonha, da
criminalidade, ou de outra qualquer das ondas que estão em voga por esse mundo
fora – não existe alerta que chegue nem contenção que garanta a manutenção dos
nossos hábitos, das tradições e da maneira de ser do portuguesinho.
Chega de conversa
“fiada”. Onde queríamos chegar, é apenas ao facto de o nosso poder militar se
ter ido por-água-abaixo. Novos Navios ou novos aviões que assegurem,
integralmente, o nosso poder sobre a Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Portugal,
foram preteridos a favor de um nebuloso negócio de submarinos que nunca mais
aparecem (estarão submersos?), nem sei que missão, um dia longínquo, virão a
desempenhar sem largos custos.
Essa falta de
conhecimento é por certo deficiência minha, já que não tenho no meu currículo
qualquer passagem pelas fileiras militares. Do que tenho alguma pena. Mas o
avaliar da evidência de certos não-procedimentos
– julgo eu – não depende só da especialização de cada um. Depende muito da
nossa percepção como português e como interessados em tudo quanto, no âmbito da
coisa pública, se vai desenrolando em
nosso redor.
Por
isso, e na sequência da ideia inicialmente exposta, lembramos que Tavira, sede
de prestigiadas unidades militares em toda a sua história, acaba de perder, e
desta feita parece de vez, o Regimento de Infantaria - RI/1 - que durante os
últimos anos trouxe a esta cidade uma nova dinâmica.
Embora o efectivo
ficasse aquém da capacidade instalada, a sua existência, além de dar vida ao
excelente Quartel da Atalaia – um dos melhores do País – qualificava a cidade
de Tavira e fortificava a nossa sensação, embora mínima, de que o Algarve
estaria, pelo menos nalguma logística, com um instrumento de defesa imediata
contra qualquer ataque em forma convencional.
-o-o-o-
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