Por
Lopes Sabino
Dei
por mim a pensar o que será do concelho de Tavira num futuro mais ou menos
próximo.
Não
encontrei grande consistência numa boa resposta que – pensei – seria desejável para todos aqueles que gostam dela.
Tanto da cidade, como do todo harmonioso em que se constitui o seu território.
Hotel Vila Galé Albacora, De centro nevrálgico de uma armação de atum, a hotel de qualidade |
Nos
anos 40 do Sec-XX, Tavira entregava-se à economia rural assente numa certa
suserania que garantia rendimentos anuais, mas pouco cuidava de desenvolver ou
inovar.
A
amêndoa, o figo e a alfarroba eram o filão principal. Mas a decrepitude dos
pomares de sequeiro, a perca dos preços de referência e o próprio tempo ajudaram
ao desaparecimento dos grandes senhores rurais.
Nesse
mesmo período, com a indústria do calçado, outrora forte, mas repartida pelos
artistas individuais que foram desaparecendo, uma outra actividade impava e
enchia os bolsos dos seus proprietários. A pesca do atum, detida por uma pequena
massa accionista que repartia vultuosos lucros anuais, era um maná em acumulação
de riqueza imobiliária. Ou em fonte de poder político e social.