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segunda-feira, 18 de junho de 2012

ENTÃO E AGORA?

por: Luís Costa Silva
Aí estamos nós no melhor de boa gestão da coisa pública. A Parque EXPO apresenta um deficit insanável, consequência, liquida-se a empresa.
Os respectivos administradores e quadros superiores fizeram o que fizeram, boas remunerações, e nalguns casos também pensões, bons carros de luxo, excelentes repastos em tudo o que foi restaurante "topo de gama", de Lisboa e arredores, sempre regados com magníficos e muito caros, tintos ou brancos, e agora será que vão ser responsabilizados, criminal e materialmente, pelo estado a que conduziram a empresa? Claro que não.
Partirão certamente para a gestão de outra empresa pública que ainda consiga, por enquanto, aguentar com as despesas relativas à satisfação das suas "parcas" necessidades “básicas”.
Dá para Imaginar esta migração de “vampiros”, dos hospitais para os transportes, destes para os portos, depois destes para a RTP, ainda desta para as Estradas de Portugal, com uma passagenzinha pela CGD, e assim sucessivamente. Temos de, pelo menos, erradicar definitivamente esta gente da administração pública, e fazer publicar e publicitar listas, em locais bem visíveis e nas televisões, com  os seus nomes e "feitos" praticados.
Como é possível que a letra da conhecida balada portuguesa os “Vampiros”, do Zeca Afonso, tenha tanta actualidade, nestes tempos de uma democracia dita responsável? Como é possível? Permitam-me a reprodução de parte da letra, para bem recordar:
No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés veludo
Chupar o sangue fresco da manada

Muito recentemente nos Estados Unidos, não sendo gestor da coisa pública, mas tão só de coisa privada, a má gestão ou gestão fraudulenta efectuada, deram direito a que um cidadão americano fosse contemplado com o direito de submeter-se a passeatas públicas frente às câmaras de televisão devidamente algemado e uniformizado, acrescidas de uma pena de 110 anos de prisão. 
Banqueiro e milionário norte-americano Allen Stanford
Malandros dos capitalistas americanos. Os estados europeus de caris social (os celebrados estados sociais), é que são bons, com a defesa intransigente dos direitos dos presumíveis suspeitos. Claro que depois é como se pode ver, é à “fartasana”. Fartai vilanagem. Fartai vampiragem, até à prescrição dos pouquíssimos processos que chegam a tribunal. 
Vou-me abster de citar nomes para não levar com algum processo, por atentado ao bom nome de alguém, porque esses processos não prescrevem, nem eu tenho dinheiro para conseguir tal feito.
Mas regressando ao tema, então e o capital de experiência que os quadros técnicos da Parque EXPO adquiriram, quer na requalificação da área oriental de Lisboa, do Beato à foz do Rio Trancão, o maior, e mais bem sucedido, projecto de requalificação urbana jamais efectuado em Portugal, quer nos projectos de requalificação efectuados para os diversos programas POLIS desenvolvidos a nível Nacional? Será este conhecimento e prática disperso, indiscriminadamente, por gabinetes de arquitectura sem qualquer estratégia para o seu aproveitamento? Então e os programas POLIS que até agora se apoiavam na Parque EXPO para executar os seus projectos de requalificação, vão apoiar-se agora em quem?
É aqui que entra a nossa terra, Tavira. Muito se tem falado do POLIS da Ria Formosa, no âmbito do qual estaria previsto efectuar a requalificação das Quatro Águas, dos cais de embarque, de e para a ilha, dos canais navegáveis e da própria Ilha de Tavira, o que, mesmo que existam os necessários recursos financeiros (o que duvidamos), nos suscita a questão da gestão das referidas requalificações, face à, acima citada liquidação da empresa Parque EXPO. 
E agora? Ficaremos sem as intervenções do POLIS da Ria Formosa? Se não ficarmos, as intervenções serão geridas por entidades com o elevado “know how”, que a Parque EXPO tinha? Duvidamos, e estamos cá para assistir.
Tapa-se a cabeça, destapam-se os pés. Quando será que estas questões serão tratadas com abordagens de alcance a pelo menos médio, longo prazo, tendo sempre em atenção a dialéctica que envolve toda a actividade humana, não se podendo pois extinguir serviços, empresas ou organizações sem ser efectuada uma avaliação das suas competências e relações com outras entidades públicas ou privadas.
A não ser que, no caso, já tenham sido ponderadas as questões suscitadas bem como as suas interpenetrações, e à boa maneira portuguesa, não haja noticia publica sobre o tema, para que estas questões se mantenham no “segredo dos Deuses”, com o objectivo de nos surpreenderem com mais uma boa dose de incompetência, como infelizmente já é habitual sermos presenteados. Veremos……… e contem connosco para vos denunciar.     

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