"SOMOS DONOS DAS PALAVRAS QUE GUARDAMOS,
MAS ESCRAVOS DAS QUE SOLTAMOS"...
(A frase foi lembrada, há dias, por um jornalista, mas ela pertence a um dos homens que salvou a Europa na II Grande Guerra. Foi seu autor, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill.)
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Tavira
Senhor Dr. Jorge Botelho
Não o vejo aqui como um cidadão vulgar, de porte amável, cumpridor de princípios éticos, enfim, um residente merecedor do respeito de todos os concidadãos na nossa comum terra, cuja integridade pessoal não pode, de maneira alguma, ser posta em causa.
Se tivesse de escrever sobre estes predicados, aliás exigidos a qualquer um que integra a sociedade autárquica, a minha pena não era justa, se lhe apontasse algum defeito.
Mas, não. Eu estou hoje aqui, para lhe dizer o que penso do Presidente da Câmara de Tavira, após 31 meses de exercício.
Como pessoa o senhor continua a merecer o meu respeito, como político, confesso, desiludiu-me. E desiludiu-me, para já, porque se rodeou de um "aparelho" medíocre, defeito já apontado ao seu antecessor. Tavira merece uma equipa autárquica qualificada e competente, que tenha um sentido de cidadania e não mostre uma ambição pessoal, tendente à arrogância no exercício de um lugar de certo poder, mas de muita e exigente humildade e dedicação.
Como político quis acreditar nas suas palavras, quando em Setembro de 2009, ao apresentar o seu programa de candidatura, referiu algumas das suas grandes prioridades.
Lembra-se de dizer?
Loja em trespasse |
Mas, o que aconteceu? Ao contrário da sua promessa, hoje a Baixa empobreceu, o trânsito não melhorou (a não ser aqueles metros que ligam a Praça da República à rua José Piores Padinha, e que com certo humor os tavirenses chamam: "avenida dr. Jorge Botelho), o comércio vai desaparecendo aos poucos (mais de uma dúzia de estabelecimentos em trespasse na Baixa), até os chineses já começam a debandar.
Num rasgo de entusiasmo o senhor afirmou que, consigo, ir-se-ia "concretizar o desassoreamento e a limpeza das margens do Gilão, desde a Ponte Romana até à foz e a requalificação de toda a zona das Quatro Águas..."
Esqueceu-se desta promessa ou acabou por concluir que não valia a pena?
Leito do Rio Gilão |
Teatro António Pinheiro |
É certo que disse, também, que isso não estaria "feito no primeiro dia, mas era para fazer". Claro que não seria para fazer no 1º dia, nem no 1º mês e, talvez, nem no 1º ano, mas a verdade é que já lá vão 940 dias (dois anos e meio).
Ponte Militar |
Todavia não quero deixar de referir algumas destas medidas que me fizeram bater palmas, quando li o seu manifesto, mas que agora me desgosta que o Senhor as tenha metido na gaveta.
- A construção do porto de pesca e respectivos equipamentos de apoio à lota.
- A substituição da ponte militar por outra.
- A construção de novas unidades hoteleiras no concelho.
- Criação de uma rede de espaços museológicos.
- Conclusão do complexo desportivo da cidade e construção de um hotel de apoio.
- Requalificação e melhoria das sedes dos Clubes existentes em Tavira.
- Construção das bancadas e balneários do Campo de Jogos do G.C.T..
- Obras de qualificação e acessibilidade nas ruas da cidade.
- Construção do novo Quartel dos Bombeiros Municipais, etc. etc...
Sendo assim fica a incógnita. Quantas destas 200 medidas foram executadas ou projectadas? Quantas poderá ainda realizar no espaço de ano e meio que lhe falta para completar o mandato?
Como cidadão sinto-me "traído", mas não derrotado, razão por que escolhi este meio para manifestar a minha contestação como cidadão atento.
Tinha razão Winston Churchill, quando disse que somos donos das palavras que guardamos, mas escravos das que soltamos...
Orlando Lima
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