Por J. Semedo
Ferreira
Decididamente
não compreendo certos políticos, mesmo
autarcas.
Uma
pequena notícia na imprensa diária de há poucos dias, diz-nos que a vereadora
Helena Roseta, da Câmara Municipal de Lisboa, pretende ceder um espaço da
edilidade para a sede do GAIA, grupo radical ligado aos distúrbios na
manifestação de 15 de Setembro.
Entretanto,
o antigo Comandante nacional da Protecção Civil, Gil Martins, que foi afastado
do cargo por suspeitas de envolvimento em situações ilícitas – do que aguarda
julgamento – foi contratado pela mesma Câmara, para fazer consultadoria para a
Gebalis, empresa municipal que gere o parque habitacional da autarquia
lisboeta.
Mas
aí, a Vereadora Roseta está contra e vai pedir explicações ao Presidente da
municipalíssima empresa.
E
não haverá, naquele ninho de compadres em que se tornou a maior Câmara
Municipal do País, quem esteja contra a entrega de uma sede a
arruaceiros encartados?
Esta
avançada arquitecta, que em política já viajou por quase todos os quadrantes e
hoje milita no Grupo “Cidadãos por Lisboa”, não deveria antes fazer uma paragem
de alguns segundos?
Se
ela não volta atrás, vem por aí qualquer outra associação de malfeitores –
sejam eles carteiristas, traficantes ou burlões, para não referir outros mais
perigosos - reivindicar também espaços públicos para suas sedes.
E
depois, o que faz o poder autárquico lisboeta?
Acede
a todos os pedidos?
Ou
mete o travão às quatro rodas e recomenda à senhora vereadora que se deixe de
fantasias com o dinheiro dos contribuintes? Neste caso dos contribuintes
lisboetas.
Um
risco para os outros municípios se
António Costa não usar o travão do bom senso. Será bom que assim seja e que não
fique o Presidente “pendurado” a algum acordo para o próximo acto eleitoral
Porque,
se a moda pega, os radicais ligados a distúrbios e violência assim tratados
“nas palminhas”, ficam com a força suficiente para tornarem violento o nosso quotidiano, com o
beneplácito desta vereadora e de alguns outros que preferem o caos para o País.
O
esquisito, ainda, será o facto da responsável pelo pelouro da habitação em
Lisboa querer, assim, desviar das famílias que o aguardam, um potencial espaço
habitacional.
O
Conselho de Estado, no seu comunicado recente “apela
a todas as forças políticas e sociais para que impere um espírito de diálogo
construtivo capaz de assegurar os entendimentos que melhor sirvam os interesses
do País, quer a estabilização financeira, quer o crescimento económico, a criação
de emprego e a preservação da coesão social”.
Esta agente política
não alinha portanto no solicitado pendor da coesão. Ela pretende, segundo a notícia acima referida, publicada no CM de 26 de Setembro, dar apoio aos
que praticam o radicalismo e a violência.
O radicalismo gera
mais radicalismo.
A violência maior
violência.
Não é assim senhora
Vereadora?
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