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domingo, 9 de setembro de 2012

PALHAÇADAS QUE O PAÍS PAGA...


                                                              por Prudêncio Matias
Todos aqueles que, como eu, leram ou visionaram, em televisão, a notícia sobre o “funeral de Portugal” em Guimarães devem ter ficado curiosos.
Curiosos porque os meios de comunicação de social, inicialmente, não deixaram grandes pormenores acerca do que se tratava.
Outros, mais atentos, repararam depois que algumas imagens divulgadas incluíam a presença, em alas, junto do suposto caixão, de elementos na GNR.
Pensaram os mais crédulos de que se tratava de actores vestidos com fardas semelhantes àquela força militarizada.
Funeral de Portugal? Com caixão no formato do nosso País? Com carpideiras num despropositado alarido?
Péssimo gosto, em ausência quase total de bom senso. O que seria mínimo se não figurasse como parte integrante das acções do Guimarães, capital europeia da cultura. E logo a cidade que foi berço da nacionalidade.

O autor desta fantochada se é português não parece. E sendo-o não deve gostar do seu país. Como dele não devem gostar os elementos que compõem o Conselho de Administração de uma Missão que deveria primar pela sobriedade, pela elevação cultural, pela seriedade. Se autorizaram foi porque concordaram.
 Eles, os dirigentes vimaranenses, gostarão muito mais das principescas, escandalosas e desajustadas remunerações que lhes foram atribuídas, a aumentarem o descalabro da prodigalidade no uso dos dinheiros públicos. Dirigentes em que se encontra incluído um antigo Presidente da República, Jorge Sampaio. E que não está lá “de borla”…
Segundo notícias vindas posteriormente a público, o Comando da GNR estará a pedir explicações acerca da participação de militares daquela força, que ladearam o falso préstito e chegaram ao ponto de disparar salvas de tiros, conferindo solenidade a um teatro de rua, ou como muita gente pensa, a uma palhaçada.
Esta notícia não tem a ver com Tavira. Mas não posso deixar de lamentar este mau uso da disponibilidade financeira de uma “Capital europeia da Cultura” em cujo descalabro funerário, ainda por cima, foi incluído o Algarve, com o que não posso concordar.
Se tinham de teatralizar um funeral de alguma região, por que o não fizeram só de Guimarães?
Dessa forma, daqui ou de qualquer outro sítio do nosso Portugal, ninguém lhes iria pedir explicações…


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