por Prudêncio Matias
Todos aqueles que,
como eu, leram ou visionaram, em televisão, a notícia sobre o “funeral de
Portugal” em Guimarães devem ter ficado curiosos.
Curiosos porque os
meios de comunicação de social, inicialmente, não deixaram grandes pormenores
acerca do que se tratava.
Outros, mais atentos,
repararam depois que algumas imagens divulgadas incluíam a presença, em alas,
junto do suposto caixão, de elementos na GNR.
Pensaram os mais
crédulos de que se tratava de actores vestidos com fardas semelhantes àquela
força militarizada.
Funeral de Portugal?
Com caixão no formato do nosso País? Com carpideiras num despropositado
alarido?
Péssimo gosto, em
ausência quase total de bom senso. O que seria mínimo se não figurasse como parte
integrante das acções do Guimarães, capital europeia da cultura. E logo
a cidade que foi berço da nacionalidade.
O autor desta
fantochada se é português não parece. E sendo-o não deve gostar do seu país.
Como dele não devem gostar os elementos que compõem o Conselho de Administração
de uma Missão que deveria primar pela sobriedade, pela elevação cultural, pela
seriedade. Se autorizaram foi porque concordaram.
Eles, os dirigentes
vimaranenses, gostarão muito mais das principescas, escandalosas e desajustadas
remunerações que lhes foram atribuídas, a aumentarem o descalabro da prodigalidade no uso dos dinheiros públicos. Dirigentes em que se encontra incluído um antigo
Presidente da República, Jorge Sampaio. E que não está lá “de borla”…
Segundo notícias
vindas posteriormente a público, o Comando da GNR estará a pedir explicações
acerca da participação de militares daquela força, que ladearam o falso
préstito e chegaram ao ponto de disparar salvas de tiros, conferindo solenidade
a um teatro de rua, ou como muita gente pensa, a uma palhaçada.
Esta notícia não tem
a ver com Tavira. Mas não posso deixar de lamentar este mau uso da
disponibilidade financeira de uma “Capital europeia da Cultura” em cujo descalabro funerário, ainda por
cima, foi incluído o Algarve, com o que não posso concordar.
Se tinham de
teatralizar um funeral de alguma região, por que o não fizeram só de Guimarães?
Dessa forma, daqui ou de qualquer outro sítio do nosso Portugal, ninguém
lhes iria pedir explicações…
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