Crónica de: Orlando
Lima
Alguém tem dúvidas que o futebol
é um dos poucos casos de sucesso, no contexto de austeridade por que passam os
portugueses?
Quando toda a gente critica o
êxodo de emigração que está a afectar os “tugas”, ponha-se os olhos no Ronaldo,
o nosso mais ilustre emigrante, desejado por todos os países do mundo, que
acaba por adquirir uma “bomba” de 800 mil euros.
Entretanto sejamos, igualmente, menos críticos, quando lamentamos o desemprego e os baixos salários auferidos por aqueles que resistentemente ainda vão ficando por terras lusas.
Entretanto sejamos, igualmente, menos críticos, quando lamentamos o desemprego e os baixos salários auferidos por aqueles que resistentemente ainda vão ficando por terras lusas.
Homens de grande inteligência (e por serem inteligentes não se metem na política), que dirigem a elite do futebol português, não têm razão de queixa que o vencimento não lhes chegue para pagar o gaz, como é o caso dos “gloriosos” mentores deste desporto no F.C.do Porto, que se pode constatar na gravura anexa.
Alguém já teve a pachorra para
apreciar a estrutura desportiva dos clubes da “Liga de Honra”?
Ora, então, vejam só:
Nos 16 clubes que disputam a
Liga, têm assento no banco 288 jogadores, cujo valor de “passes”, vencimentos
mensais e prémios, é incalculável.
Destes 288, apenas 122 são
portugueses e os restantes 166 “mercenários” estrangeiros, distribuídos por:
110 sul-americanos, com grande predomínio de brasileiros; 27 europeus; 24
africanos; e 5 oriundos de outros continentes.
Esta “riqueza” de “craques” estrangeiros
predomina, claro está, nos chamados grandes clubes. O F.C. do Porto, apenas tem
2 jogadores portugueses; o Sporting 3, e o Benfica 4.
No hipotético caso que a
Federação Portuguesa de Futebol determinasse que o Campeonato só pudesse ser
disputado por jogadores portugueses, curiosamente apenas 3 clubes o poderiam
fazer: o Setúbal, com 12 portugueses inscritos; o Paços de Ferreira e o
Olhanense, com igual número de portugueses nos seus planteis.
Ora vejam só que 57% dos “pontapeadores” na bola todas as
semanas, são gente importada, com grande peso na débil economia portuguesa e no
significativo deficit da nossa dívida
externa.
Por isso o futebol é, cada vez
mais, considerado o “ópio do povo”, que deixa a malta toda drogada.
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