por: Raul
Viegas
Que política desportiva e
cultural tem a Câmara de Tavira para, de futuro, oferecer aos tavirenses,
sobretudo à juventude?
É evidente que a distribuição dos
subsídios anuais, que há muito eram atribuídos às dezenas de associações, algumas
delas de duvidosa legalidade, já sofreu em 2011 reduções significativas e foram
entregues com atrasos consideráveis.
Todavia, no presente ano, até ao
momento, não foram consideradas pelo município quaisquer verbas destinadas a
estes sectores, pelo que na sua totalidade estas associações habituadas a viver
exclusivamente dos dinheiros públicos, viram abalada a estrutura financeira com
a qual sobreviviam e entraram numa espiral de dívidas que põe em risco as práticas
desportiva e culturais, por mais rudimentares.
Concretamente, se por um lado há
da parte do município a obrigação legal de apoiar o desporto local, também é
verdade que constitui obrigação dos clubes e associações, (que deverão viver
com o esforço comum dos seus associados), fomentar a ou as modalidades a que se
dedicam. Porém o que está a acontecer em Tavira não é isso. Alguns dos clubes
mais antigos deixaram de cobrar quotas aos associados, refugiando-se nos
subsídios concedidos às classes juvenis (escolas de fomento), apresentando
números exagerados de praticantes para inflacionar as verbas concedidas, as
quais, por sua vez, são gastas em vencimentos de atletas “profissionais” e em equipas de técnicos de
pouca competência.
Por outro lado, nos últimos anos,
foram criadas a esmo outros clubes e associações, por dissidência dos clubes
antigos, que são constituídos somente por amigos ou familiares, que não reúnem
assembleias, não apresentam contas e existem por impulsos pessoais.
Neste “mundo” faccioso coexistem desportos como o
andebol, o ténis, o basquetebol, o ciclismo, o tiro, a vela e, também, o
futebol.
Com o corte total dos subsídios
camarários, que se prevê, a próxima época desportiva vai estar em causa por
parte dos clubes tavirenses, já porque a Câmara também já avisou de que a
cedência de transportes e dos equipamentos desportivos da cidade, gratuitamente
utilizados pelos atletas destas modalidades, irão ser
taxados. Sendo assim, de futuro, quem quiser fazer desporto ou cultura terá de
puxar pelos cordões da bolsa.
Esta crise que está a abalar o
desporto em Tavira começa a reflectir-se pelo abandono de alguns dirigentes e
pelo possível desaparecimento de algumas das modalidades desportivas e dos
próprios clubes.
Por tudo isto sugere-se que a Câmara,
clubes e associações encontrem uma política desportiva, realista para o
concelho de Tavira.
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