por Prudêncio Matias
Os
ânimos andam alvoroçados por esse País fora. E o caso não é para menos, dado o
exagero dos impostos em geral e dos cortes em pensões de reforma ou de
aposentação.
Televisões, as tribunas dos "fala-barato" |
Mas
não posso estar com aquelas figuras importantes que não dão soluções, mas que a toda a hora debitam as suas lamurias acerca
do futuro próximo da bolsa dos portugueses.
É que a maior parte desses “profetas da desgraça”, Professor Marcelo incluído,
são senhores de muitos empregos ou de muitas benesses, a que acrescem os
comentários pagos a “peso de oiro”, nos diversos órgãos de comunicação social.
Queixam-se
de “barriga cheia”, mas eles, que acumulam funções e vencimentos, não abdicam
dos cargos de comentadores, a favor de outros, entre os milhares de
desempregados que por aí temos, alguns bem qualificados.
Para eles, qual
é a alternativa?
Suspender
os empréstimos externos? Sair do euro? Não pagar a dívida?
Quem
pagaria aos senhores deputados, aos sindicalistas que não trabalham, aos
pensionistas, aos reformados? Quem suportaria as frequentes greves e os
prejuízos dos transportes públicos? Quem alimentaria essa incontrolada máquina
despesista do Estado?
Máquina
despesista que, por exemplo, ainda não conseguiu acabar com as subvenções
vitalícias aos políticos. Ou que ainda não descobriu que deveria obrigar os
políticos aposentados com 10 anos de serviço a continuar a descontar até aos 36, como qualquer funcionário. Ou, também, que parece não ter pressa em acabar com
os institutos, observatórios, fundações e outros organismos inúteis.
Anda
tudo a ver quem mais depressa engana este confiante povo. Sem se lembrarem de
pedir contas ao responsável pelos dois
mandatos governativos anteriores, que se passeia pelas margens do Seine.
Que goza a vida “à grande e à francesa” e mantém em Portugal uns quantos
muchachos da sua antiga equipa a mandar umas bocas foleiras sobre a terrível situação
a que de facto chegámos…
****
Pelo
meio disto, em Tavira queixam-se os autarcas de não poderem endividar-se mais e
a lei não lhes permitir assumirem encargos sem atempada disponibilidade
financeira.
Mas
quando se trata de diminuir despesas com o proposto agrupamento de freguesias,
acham que não pode ser.
Também
não pensam na possibilidade de suprimir, por iniciativa própria, o número de
cargos dirigentes cujas funções se cruzam e confundem.
Também decerto não tencionam acabar com empresas públicas municipais que sejam apenas fachada
de completa inoperância.
Pena
seja que não imitem a ideia do seu correligionário António Costa, que em
Lisboa, embora por razões de uma personalizada promoção política, baixou, para
os mínimos, as taxas a arrecadar pela autarquia.
As
análises a tudo quanto ocorre, no País ou em cada concelho, passa pelo realismo
e por propostas concretas que a maior parte dos políticos e/ou dos comentadores
nunca apresenta.
É
preciso pensar com coerência e no sentido do interesse comum.
Será capaz disso algum dos
políticos, sindicalistas ou comentadores que temos?
Sem comentários:
Enviar um comentário