Por J.Semedo
Ferreira
Continuo
sem descobrir qualquer tipo de coerência naqueles que se dizem ser os melhores
entre os portugueses, só porque sobre eles recaiu a responsabilidade de
representarem os cerca de 10 milhões dos seus concidadãos.
O
interesse, com que nos aparecem, é o do seu partido. Também da sua própria
bolsa. Também o interesse do seu grupo familiar ou afim.
Ninguém
está isento de culpas pela situação que o País enfrenta.
Repare-se
neste caso. De há dez ou quinze anos para trás, começaram a nascer, como
cogumelos, Institutos, Entidades Reguladoras, Fundações, Observatórios,
Comissões e sabe-se-lá que demais iniciativas similares.
Iniciativas
que avocaram grande parte das funções das anteriores estruturas do Estado,
assim como as taxas decorrentes das actividades que elas geriam.
Entretanto,
a estrutura estatal não foi desmobilizada. Começou foi o despique de
concorrência entre antigos e novos organismos. E estes últimos, com dirigentes
tipo “boy” partidário, ganharam as sucessivas batalhas e instalaram-se dentro
do sistema. Absorveram as taxas e outras receitas, convenientemente aumentadas.
E, enquanto detentores de autonomia administrativa e financeira, definiram para
os directores e administradores, vencimentos escandalosos e benefícios extras de
que o sector não dispunha.
Fenómenos
de multiplicação administrativa das funções do Estado, num gigantismo, que
ninguém parece ter capacidade de atacar. Ou será que quer? Ou que pode?
Começa-se
a ter dúvidas sobre se o actual Governo, expedito a salvar o défice e a arrumar
contas com a U.E. e com o FMI – o que só lhe fica bem – conseguirá romper esta
ramificada malha de interesses, de altos cargos e de volumosas remunerações.
Prometeu
fazê-lo e, até agora, nada!
Gostaríamos
de voltar a ver as funções do Estado cometidas, sem excepção, às suas Direcções
Gerais, no âmbito da hierarquia funcional em que sempre estiveram inseridas…
…
Fazendo, obviamente, desaparecer essa intrometida panóplia de entidades avulsas
que por aí pulula. Entidades que hoje comandam a vida pública, cobram
altíssimas taxas e esgotam essas receitas e os suprimentos do OE em despesas
próprias, a começar pelos chorudos ordenados que o corpo dirigente de qualquer
Direcção Geral nunca atingiu ou alguma vez atingirá.
A
refundação do Estado poderia (ou mesmo deveria) começar por aí. Decerto que os
seus benéficos efeitos seriam bem concretos.
Haja
a coragem de fazê-lo. E depois atacar nas empresas públicas que andam também por aí a
perder dinheiro e continuam a navegar nas águas da opulência e do despesismo.
Tal como muitas das empresas municipais, algumas delas falidas, mas mantendo o
seu estatuto remuneratório em alta.
Tudo
isto é fruto do uso do poder em favor das clientelas partidárias ou grupais.
Quem
salva este nosso País de tantos disparates cometidos?
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