por: Ambrózio Antunes
A bolota é um alimento que poderá vir a entrar, novamente, no hábito alimentar de certos portugueses.
Em Portugal não existem poços de petróleo, mas temos três tipos de árvores a produzirem este fruto, nomeadamente, o sobreiro, a azinheira e o carvalho, em grande abundância no Alentejo e na serra algarvia.
No período da II Guerra Mundial a bolota era um alimento muito procurado, porquanto dela se fazia farinha para pão e bolos, sopa e queijinhos de bolota, doces e azevias, e, também, era muito consumida, assada como a castanha.
A certa altura os portugueses começaram a engordar sem o auxílio da bolota, deixando então estas "fagáceas" para a alimentação exclusiva dos porcos.
E, ao que dizem os especialistas, os suínos conseguem, com a degustação da bolota, tornar a sua carne tão saborosa, ao ponto de ela se constituir como um alimento preferido das "bocas-finas" dos nossos deputados. Os próprios suínos criaram, entre si, a sua própria casta elitista, chamada "porcos-pretos", de tamanho pequeno e patas de cor escura, que dão cá um presunto de beliscar a orelha.
Tão bom que, certa vez, um político propôs a um produtor: "Se o amigo me garante, mande-me uma dúzia de presuntos do mesmo porco"...
Por saber o valor nutritivo da bolota fiquei surpreendido com a notícia, na imprensa de hoje, que a polícia havia prendido três homens por transportarem no estômago 435 bolotas, e que os três detidos estavam no Hospital de Faro para lhes sacarem cá para fora o composto estomacal.
Ora bolas... Afinal eram "bolotas" falsas, recheadas de haxixe. Que também servem para engordar, mais que não seja, as carteiras dos traficantes de droga.
Porém as prioridades alimentares da "nossa" verdadeira bolota não se perderam. E, como tal, ainda nos resta a esperança de ver certa classe, que tem engordado às custas do "Zé", com as frequentes traficâncias económicas que se têm descoberto, e com a crise presente, para continuarem a manter o volume dilatado das suas "barrigas", terem que começar a consumir a bolota alentejana ou da serra algarvia.
Se aos porcos faz bem... a eles não fará mal!
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