O verão propriamente dito, ainda vem longe. O tempo que o antecede, em que a “coisa começa a aquecer” nos vários sentidos, como temperatura, movimento na cidade, procura do seu comércio, etc. ainda não se instalou na sua plenitude.
E continuam a notar-se os sinais desta apagada e vil tristeza em que os poderes públicos encurralaram a cidade e todo o concelho. Neste caso pelo arrastamento que o País vem sofrendo.
A U.E. e o Estado português (qualquer que seja a cor partidária que o governa) continuam sem se dar conta da forma como subjugaram a Europa, e cada país desse espaço económico, aos interesses da China, com o beneplácito interesseiro dos EUA (que assobiam para o lado) e as intenções pouco claras do gigante alemão que julga estar defendido pela sua dimensão e capacidade.
Uns e outros, que já deviam ter entendido que os seguidores de Mao querem apenas o domínio económico para dominar o mundo à sua maneira, continuam a privilegiar os acordos com os camaradas de olhos em bico. E, sem qualquer condicionamento ou critério, o nosso País está transformado em cais de descarga de toda a “sucata” produzida, sob trabalho mal remunerado, na imensa China, traparia, e não só, vendida a incríveis e permanentes preços de saldo.
Preços incríveis, de facto, mas quanto a bens de duvidosa qualidade, mesmo assim tentadores, até se começar a perceber que se foi enganado com a natureza do produto.
Tavira está nessa onda.
Tavira ainda não percebeu que, ao deixar instalar um número tão grande de “lojas e armazéns de origem chinesa”, descaracterizou de vez uma terra que se tinha por equilibrada no seu comércio, invejável na sua cultura, poderosa na sua tradição de cidade com passado, presente e futuro.
Futuro que lhe pode dar, se já não deu, uma ridícula designação.
Tenho muita pena que assim seja. Mas se alguém disser: -“Vou ali a Tavira”, pode ouvir a inevitável e chocarreira pergunta:
- “O quê? Vais à China-town do Algarve”?
Lopes Sabino
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