Antigamente, no dito tempo da outra "senhora", mas também numa época em que os portugueses viviam as privações económicas e alimentares, como consequência da II Grande Guerra Mundial, também existia a caridade por vaidade.
Senhoras bem, que marcavam a elite de então, envolvidas em fabulosos casacos de "astracã", reuniam-se em iluminados "chás" e, perante pratadas de especiarias, recolhiam dádivas para alimentar as famintas vítimas da pobreza de então.
Nada como matar a fome dos outros, depois das nossas barrigas cheias...
Pois hoje também aqui existem casos dessa proletária beneficência, oriunda dos seguidores da nova doutrina de Cristo.
Uma rica "princesa", levando atrás o seu fabuloso guarda-roupa saído das mãos dos melhores costureiros de Lisboa e de Paris, anda por África, apoiada pelos milhões que recebe da RTP (o que quer dizer do erário público português), a espalhar caridade (com beijos e abraços), entre as esfarrapadas crianças negras, a quem ela chama "príncipes do nada".
Que hipocrisia alimentam certas figuras da telenovela lisboeta, capital de um império decadente com a riqueza de uns e a pobreza moral de outros...
Ambrósio Antunes
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