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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

VERÃO EM TAVIRA, onde os autarcas são figuras ausentes...

                                                               
Por José F. Lucas

Não sou de Tavira, mas passo aí todos os anos, uns dias em Julho e outros em Setembro, de acordo com as minhas disponibilidades de tempo.
Este ano observei duas situações que me pareceram ilustrar na perfeição o título deste meu desabafo bloguista.
A Banda de Ayamonte alinhou junto ao monumento
e tocou para a fachada municipal
Acontecia a procissão em honra de Nossa Senhora do Monte do Carmo, que foi abrilhantada por uma Banda/Fanfarra da vizinha cidade espanhola de Ayamonte, em convénio de intercâmbio, sem encargos para a Irmandade tavirense do Carmo. Tudo isto procurei depois saber.
Antes de rumar ao Largo junto à Igreja, de onde sairia o Cortejo, a Banda de Ayamonte veio à Praça da República apresentar cumprimentos ao Município, fazendo-o à sua maneira, ou seja, apresentando dois números musicais de forte sonorização.
E eu, que estava sentado na esplanada de um dos Cafés da Praça, quando esperava que alguém do executivo camarário viesse a terreno agradecer a atenção do Grupo espanhol pelo símbolo do poder local nesta cidade, verifiquei que nada aconteceu.
Nem Presidente, nem Vereadores, nem um qualquer funcionário vieram receber o Maestro e os seus músicos. Ninguém! A banda tocou para as janelas e porta municipais fechadas. Acabada a função, os músicos viraram costas e foram iniciar a procissão, que mais tarde acompanharam.
****
Dias depois, em organização da CMT intitulada “Verão em Tavira”, atuou no Jardim do Coreto um grupo de Fados de Coimbra. Interessante desempenho, que abordou várias épocas da canção coimbrã e apresentou diversos cantores, todos com muita qualidade.
No final, o speaker do grupo fez um pequeno apelo, mais ou menos deste jeito:
-“ Eu sei que o vosso Presidente também passou por Coimbra e gostava de o chamar ao palco para lhe sobrepor a minha capa e comungarmos deste momento de despedida …”
As duas centenas de pessoas olharam à sua volta com ar interrogativo. Eu não percebi logo, mas os tavirenses já sabiam de antemão que o seu presidente lá não estava.
Presumo que Presidente e executivo tavirense sejam superiores a estas coisas. Mas, mesmo não sendo de Tavira, fiquei  constrangido pela atitude, tal como constrangido ficou o porta-voz do grupo de Fados de Coimbra, pois não apareceu, nem Presidente, nem Vereadores, nem funcionário municipal com responsabilidades.
E, com muita pena, continuo a constatar que a maioria dos autarcas desprezam os seus munícipes e só aparecem em força quando se trata de eleições.
Se os eleitores tratassem certos políticos com o desprezo que recebem, talvez estes se empenhassem um pouco mais no desempenho total das suas obrigações.
Obrigações que, de modo algum, serão apenas as de dirigentes que aparecem quando têm interesse especial ou desaparecem quando não lhes agrada o “frete”.

Certos políticos nunca mais apreendem. E deviam ser ensinados por aqueles que lhes dão os votos.  

terça-feira, 20 de agosto de 2013

PENSAR TAVIRA


QUEM NÃO LAVA A CARA, DE CERTEZA NÃO TOMA BANHO…

 Texto de: J. Diamantino

 

Tavira está a tornar-se uma cidade envelhecida, pelo desprezo com que a conservam.

É primário compreender que o centro de uma terra deve primar pela beleza, higiene e conservação de imóveis e móveis. Portanto quando se observa, no coração de qualquer urbe, o desleixo a que pode chegar toda a envolvente do Rocio, é evidente que logo se pensa ter presente o espelho de toda a terra.

Pois o centro da cidade de Tavira é isso mesmo.

Os tavirenses sabem bem que nos quatro últimos anos a sua cidade tem regredido de forma impressionante. Quem anda pelo centro da cidade ou gosta da sua terra confronta-se com:

Calçadas sujas e esburacadas, ao ponto de um funcionário da Tavira Verde ter dito que nunca viu as ruas e passeios com tantos buracos;

Um jardim sem beleza, vítima da grande insensibilidade para os arranjos de plantas e flores, mal cuidado, “decorado” com palmeiras mortas;

O piso “medieval” da rua José Pires Padinha;

A anarquia nas esplanadas desta rua que reduzem a passagem dos peões pelo passeio e que já quase tapam o acesso à Rua D. Brites;

O abuso dos estabelecimentos do “bairro chinês”, na parte sul desta mesma rua, que ocupa os espaços fronteiros com caixas de papelão e outro lixo;

A Iluminação lamentável, em toda a baixa da cidade, incluindo o próprio jardim, com bancos partidos e por pintar,

Ponte Romana sem iluminação digna, onde se acumulam “pedintes” romenos em abundância;

O que dizer da “miserável” Ponte das Forças Armadas, que todos aguardam que vá na próxima enxurrada do Gilão!

E se fizermos uma ronda pela cidade apetece-nos perguntar:

O que feito do Porto de Mar? É só culpa do Governo ou também incompetência local?

E a remodelação das Quatro Águas? E a obra no cine-teatro, que deveria ter começado “ontem”...

E muitas outras coisas que nunca mais acabavam...

Claro que os forasteiros vêm tudo isto, mas não sentem o problema como nós tavirenses o vivemos. Para eles basta a praia que lhe oferecemos e esses espectáculos banais na Praça da República, programados e mal escolhidos por alguém, que não sendo tavirense, há muito vem demonstrando a sua incompetência e desconhecimento do meio cultural, onde há muito se implantou como “rei”.

Festinhas estas onde nunca se vê o vereador da cultura. Será que existe esta figura em Tavira?

Pois, tavirenses, é esta realidade que nos prometem para os próximos quatro anos...