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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

RADICAIS VIOLENTOS COM DIREITO A SEDE?


Por J. Semedo Ferreira
Decididamente não compreendo certos políticos, mesmo  autarcas.
Uma pequena notícia na imprensa diária de há poucos dias, diz-nos que a vereadora Helena Roseta, da Câmara Municipal de Lisboa, pretende ceder um espaço da edilidade para a sede do GAIA, grupo radical ligado aos distúrbios na manifestação de 15 de Setembro.
Entretanto, o antigo Comandante nacional da Protecção Civil, Gil Martins, que foi afastado do cargo por suspeitas de envolvimento em situações ilícitas – do que aguarda julgamento – foi contratado pela mesma Câmara, para fazer consultadoria para a Gebalis, empresa municipal que gere o parque habitacional da autarquia lisboeta.
Mas aí, a Vereadora Roseta está contra e vai pedir explicações ao Presidente da municipalíssima empresa.
E não haverá, naquele ninho de compadres em que se tornou a maior Câmara Municipal do País, quem esteja contra a entrega de uma sede a arruaceiros encartados?
Esta avançada arquitecta, que em política já viajou por quase todos os quadrantes e hoje milita no Grupo “Cidadãos por Lisboa”, não deveria antes fazer uma paragem de alguns segundos?
Se ela não volta atrás, vem por aí qualquer outra associação de malfeitores – sejam eles carteiristas, traficantes ou burlões, para não referir outros mais perigosos - reivindicar também espaços públicos para suas sedes.
E depois, o que faz o poder autárquico lisboeta?
Acede a todos os pedidos?
Ou mete o travão às quatro rodas e recomenda à senhora vereadora que se deixe de fantasias com o dinheiro dos contribuintes? Neste caso dos contribuintes lisboetas.
Um risco  para os outros municípios se António Costa não usar o travão do bom senso. Será bom que assim seja e que não fique o Presidente “pendurado” a algum acordo para o próximo acto eleitoral  
Porque, se a moda pega, os radicais ligados a distúrbios e violência assim tratados “nas palminhas”, ficam com a força suficiente para  tornarem violento o nosso quotidiano, com o beneplácito desta vereadora e de alguns outros que preferem o caos para o País.
O esquisito, ainda, será o facto da responsável pelo pelouro da habitação em Lisboa querer, assim, desviar das famílias que o aguardam, um potencial espaço habitacional.
O Conselho de Estado, no seu comunicado recente “apela a todas as forças políticas e sociais para que impere um espírito de diálogo construtivo capaz de assegurar os entendimentos que melhor sirvam os interesses do País, quer a estabilização financeira, quer o crescimento económico, a criação de emprego e a preservação da coesão social”.
Esta agente política não alinha portanto no solicitado pendor da coesão. Ela pretende, segundo a notícia acima referida, publicada no CM de 26 de Setembro, dar apoio aos que praticam o radicalismo e a violência.
O radicalismo gera mais radicalismo.
A violência maior violência.
Não é assim senhora Vereadora? 

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