por:
Lopes Sabino
Ao longo dos últimos
anos fui assistindo a incríveis sessões “culturais” na meia-lua do circo, não o
de Roma, mas o de Tavira, na Praça da República, que passaram pelas mais diversas actividades.
Animação procurada
nos mais recônditos cadernos publicitários da especialidade, alguma dela primando pela ausência de qualquer sentido estético e muito menos sentido
cultural, como se pretendia.
Julgo que o critério
e a decisão pertencerá a pessoa de gosto muito duvidoso e pouco conhecedor da
realidade algarvia ou, pelo menos, da realidade tavirense.
Não vou dizer que se
tratava da procura de servir alguns amigos ou correligionários, mas foi sempre
evidente que os espectáculos, dispendiosos e algo estranhos, não atingiam, no
directo, o interesse dos que a eles
assistiram. Como era “de borla” muita gente aguentou, mas mais tarde comentou.
Claro que também não
vou dizer que tudo foi mau. Alguma coisa se salvou. Mas não deixo de lembrar
que as orquestras (ou a própria Banda) deveriam sempre actuar com protecção na
rectaguarda, por exemplo do lado do Jardim. Assim, o som se projectaria no
sentido do auditório, não perdendo a qualidade pela dispersão e menor apreensão
dos acordes em mais agudos e em tom “pianno”.
Não sei se o “expert”
camarário nos vai trazer animação esquisita como aquela em que, uma vez,
encheram a arena de terra, formando um lamaçal, onde apareceram uns ciclistas
em bicicletas sem pneus, numa encenação que nunca compreendi.
Não devo ter
compreendido porque não serei um letrado nem estarei à altura de quem fez as
escolhas. Mas como sou um cidadão normal e com os pés assentes na realidade que
vivemos, faço uma sugestão à senhora Câmara.
Deixem-se de
esquisitices e despeçam dessa função o anterior responsável pela animação de
Verão em Tavira. Apresentem o que Tavira tem de melhor. Folclore, artistas
amadores (alguns deles de muita categoria), enfim, “prata da casa”. Os custos
serão muito menores e alguns dinheiros, necessariamente gastos, ficarão no
concelho.
Ao turista também lhe
agradará o simples e o autentico. O culturalmente correcto ficará sempre melhor nos salões, nas Igrejas ou nos auditórios cobertos. E, se alguma boa orquestra vier a
actuar na Praça da República, não esqueçam os organizadores as questões ligadas ao som, como atrás
foi lembrado.
E nós cá estaremos
para comentar. Elogiar mesmo, se for esse o caso.
Um bom e animado
verão para Tavira!
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