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sexta-feira, 15 de junho de 2012

A ANIMAÇÃO DE VERÃO EM TAVIRA

por: Lopes Sabino
Ao longo dos últimos anos fui assistindo a incríveis sessões “culturais” na meia-lua do circo, não o de Roma, mas o de Tavira, na Praça da República,  que passaram pelas mais diversas actividades.
Animação procurada nos mais recônditos cadernos publicitários da especialidade, alguma dela  primando pela ausência de qualquer sentido estético e muito menos sentido cultural, como se pretendia.
Julgo que o critério e a decisão pertencerá a pessoa de gosto muito duvidoso e pouco conhecedor da realidade algarvia ou, pelo menos, da realidade tavirense.
Não vou dizer que se tratava da procura de servir alguns amigos ou correligionários, mas foi sempre evidente que os espectáculos, dispendiosos e algo estranhos, não atingiam, no directo, o  interesse dos que a eles assistiram. Como era “de borla” muita gente aguentou, mas mais tarde comentou.
Claro que também não vou dizer que tudo foi mau. Alguma coisa se salvou. Mas não deixo de lembrar que as orquestras (ou a própria Banda) deveriam sempre actuar com protecção na rectaguarda, por exemplo do lado do Jardim. Assim, o som se projectaria no sentido do auditório, não perdendo a qualidade pela dispersão e menor apreensão dos acordes em mais agudos e em tom “pianno”.
Não sei se o “expert” camarário nos vai trazer animação esquisita como aquela em que, uma vez, encheram a arena de terra, formando um lamaçal, onde apareceram uns ciclistas em bicicletas sem pneus, numa encenação que nunca compreendi.
Não devo ter compreendido porque não serei um letrado nem estarei à altura de quem fez as escolhas. Mas como sou um cidadão normal e com os pés assentes na realidade que vivemos, faço uma sugestão à senhora Câmara.
Deixem-se de esquisitices e despeçam dessa função o anterior responsável pela animação de Verão em Tavira. Apresentem o que Tavira tem de melhor. Folclore, artistas amadores (alguns deles de muita categoria), enfim, “prata da casa”. Os custos serão muito menores e alguns dinheiros, necessariamente gastos, ficarão no concelho.
Ao turista também lhe agradará o simples e o autentico. O culturalmente correcto ficará sempre melhor nos salões, nas Igrejas ou nos auditórios cobertos. E, se alguma boa orquestra vier a actuar na Praça da República, não esqueçam os organizadores as questões ligadas ao som, como atrás foi lembrado.
E nós cá estaremos para comentar. Elogiar mesmo, se for esse o caso.
Um bom e animado verão para Tavira!

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